
Sigo escalando uma Montanha de Prata, escorrego meus dedos que se cortam nas pontas afiadas. Sangue despenca do topo, explode no chão como se fôsse um canhão.
Complicada subida sem aparatos de segurança, a Força se encontra nas Minhas Alianças...
Gelada parede que reflete como um espelho, nada que me esquente senão a barreira desafiadora á minha frente. Passo-a-passo, braço por braço, prendo firme quem me confia a sinceridade de seu olhar. Um deslize para que eu entre em queda livre, não temo, fixo o alvo e continuo a Subir...
Superfície escorregadia que pode tentar fazer cogitar se devo parar, jamais, nisso, me coloquei à pensar...
Corpo vivo, que desafia objetos estáticos e sem vida, latejando planos de desejos insanos.
Minha Instrução de apoio consegue ter Pensamento mais afiado que o Meu, difícil nesse caminho foi acreditar que esbarraria este no meu Destino. [lembro-me perfeitamente de cada Palavra de Tua Doutrina, Captain...]
Existo, resisto, Frio; Desafio, recupero, Queimo.
Aprecio a monumental Montanha, arremesso minhas Protegidas Correntes. Presas firmemente ao alto, continuo sem receio, ventania misteriosa que joga-me de lado ao outro sem o menor cuidado, sinto excitação em estar sendo testado... percebo claramente que neste jogo não fui o único que foi vaiado...
sinto a pele querer trincar de tanto que começa a esfriar, sinto artéria reduzindo bombeamento, vou sentindo que posso dar erro a qualquer movimento. Mudança de cor natural, vai do normal até um azul irreal. Brilhando lindamente, cravo unhas e ainda sinto sangue quente, racho dentes para que me movimente. Cai a chuva, neve, granito, vejo Sol, Lua, Estrelas, tudo ao mesmo tempo implorando para que enlouqueça.
Consigo adaptar a brusca mudança de temperatura no Ar, inevitavelmente minhas mãos começam a queimar. Prata começa a congelar, seus raios quase que conseguem me cegar.
Fico tenso, estou na metade do caminho, será que continuo subindo?
Sim.
Fração de segundos, parece que nada escuto, o Mundo se calou ou estaria surdo?
O que antes parecia tempestade nunca vista agora tem a leveza de uma brisa sobre fogueira acesa. Naquele instante pareceu algo alucinante e sem entendimento... Tempestade violenta apresentando todas as suas mutações sem ter muitas explicações...
Me questiono sobre o ocorrido, meu corpo sofrendo intensamente com tanto Frio, temperatura humana que perdeu alguns graus... o que não é nada muito normal.
Por sorte chego no Meio exato do trajeto, coloco meus pertences no chão e me cubro com minha Essência feita de Chamas para que me aqueça, para que assim eu não pereça...
Ando alguns metros para dentro de uma caverna que estava naquele Meio Exato da Montanha de Prata, consigo encontrar um abrigo feito por algum outro explorador que desafiou, assim como Eu, encontrar o Topo Da Lendária Montanha que todos desacreditam. Abrigo feito de Energia Pura, longe totalmente da Loucura. Sento-me para descansar por alguns dias, para decifrar, e, tentar entender aquele estranho ocorrido que fez a Tempestade Única, Desaparecer...
A subida ainda é extremamente longa, para que talvez eu chegue ao local aonde os poucos que tentaram não encontraram, o Topo da Montanha de Prata.
Talvez tenham não acreditado em tuas próprias forças e desistido pelo tempo da escalada, por terem morrido durante a Nevasca, sucumbido por teus cérebros não aguentarem o Caos do soletrar de Ventos Frios ou por qualquer outro motivo...
A Escalada não acaba aqui, apenas ganha mais força. Tendo em vista quantos anos foram necessários para alcançar o Meio
Exato.....
[continua]